Poucas histórias continentais são tão complexas, emocionantes e excepcionais como a da América. Quer antes da chegada dos colonizadores europeus, quer mais tarde, na formação dos impérios coloniais que os seguiram, a América sempre foi uma vasta terra, em muitos aspectos, ainda virgem de qualquer presença humana. Sua história está repleta de conquistas, mas também de desenvolvimento e de grandes civilizações. Mas como compreender a enorme bagagem histórica de uma terra outrora desligada das restantes culturas do planeta e, de um dia para o outro, revelada como o "Novo Mundo"? |
As viagens de Colombo representam um antes e um depois óbvios na história do povo americano, o que torna difícil compreender o que era a América antes dos europeus. Sua não chegada continua sendo um dos mais interessantes da história.
Para entender mais facilmente, o EmperorTrigestar, canal do YouTube dedicado a explorar a História por meio de mapas interativos, possui dois vídeos de apenas dez minutos que explicam visualmente a evolução política da América. A primeira, dedicada a América do Sul segue um desenvolvimento nos anos pré-históricos mais amplos, já que há evidências de culturas tão variadas como a Chavín, a Nazca, a Moche ou o Império Tiwanaku nos longos anos que vão de 900 a.C. a 300 d.C. Mais tarde surgiriam outras culturas andinas como Chimor ou o Império Wari, um testemunho da constante evolução política e social da América do Sul.
A presença humana no território hoje ocupado pelo Brasil data de pelo menos 12 mil anos, conforme evidências arqueológicas. Ao menos duas diferentes rotas migratórias contribuíram para o deslocamento na América pré-colombiana (antes da chegada de Cristóvão Colombo, em 1492). Eles ocupavam do Sul ao Nordeste, habitavam cavernas e florestas, usando arcos e flechas, boleadeiras e bumerangues feitos de pedra.
Os primeiros habitantes foram chamados de Itararés no Sul e de Tupis no Sudeste e Nordeste. Esses povos deram origem às tribos indígenas do Brasil. Os tupis conheciam a agricultura e por isso, eram sedentários. A cerâmica eram usada para armazenar alimentos e como urnas funerárias quando alguém falecia.
A partir do século XIV surge o Império de Cuzco, semente do todo-poderoso e determinante Império Inca que se seguiu. Os séculos anteriores à chegada dos colonizadores espanhóis atestam a sua ascensão imparável, especialmente a partir do século XV. Quando Pizarro chegou às terras controladas pelos Incas, estas se estenderam ao longo da cordilheira dos Andes, em um território que hoje incluiria parte do Peru, Bolívia e Chile.
Seu legado é gigantesco, como o dos astecas, e sua queda é igualmente rápida. As doenças e a violência pós-conquista dizimaram irremediavelmente as populações indígenas, facilitando a chegada e o subsequente controle dos europeus. A partir daí, a Espanha passou a controlar um gigantesco território que, ligado às suas possessões na América do Norte, tornou-o o maior Império do seu tempo.
Mas a história do Brasil começa mesmo a ser contada com a chegada dos portugueses à Terra de Santa Cruz em 1500, que atualmente corresponde à costa nordeste do Brasil, seguidas pela criação esporádica de alguns poucos entrepostos comerciais, chamados de feitorias, para a extração de pau-brasil que originaram as capitanias.
No início do século XIV, o território colonial espanhol estendia-se desde Buenos Aires até a atual Cidade do México, enquanto Portugal, graças a Tordesilhas, controlava as costas brasileiras. A breve união entre os dois durante o reinado de Filipe II até à independência portuguesa transformou o continente americano em um monopólio prático das Áustrias Hispânicas. Nos séculos seguintes, Holanda, França, Espanha e Portugal se digladiavam para controlar as terra, mas no final apenas Portugal e Espanha avançaram no controle das terras ainda não colonizadas.
Tal como no norte, foi a queda definitiva dos impérios coloniais com suas pilhagens que precipitou os acontecimentos da forma como conhecemos hoje. O surgimento da infinidade de estados, herdeiros em parte das antigas províncias coloniais, foi atormentado por conflitos internos, uniões hoje impensáveis e guerras de conquista contra as populações ainda nativas. No final do século, restaram poucos conflitos fronteiriços para combater e a América do Sul tomou a sua forma definitiva.
Já a da América do Norte, iniciou-se no ano 700 a.C. com o surgimento da cultura maia e das primeiras cidades-estado mexicanas. E a partir daí, segue em frente, com inúmeras datas não relacionadas. Os vídeos ajudam a compreender o mar de incertezas em que navega o nosso conhecimento sobre a América pré-histórica. Não há evidências de registros escritos de uma grande maioria de civilizações que surgiram nas terras americanas há milhares de anos, o que deriva grande parte das descobertas da arqueologia. Portanto, as datas são geralmente aproximadas ou genéricas.
No ano 250, grande parte do que hoje conhecemos como México tinha várias organizações políticas que estavam entre as primeiras civilizações do continente. Seu desenvolvimento foi gradual. Durante os próximos quinhentos anos, os maias coexistiram com toda uma série de povos, como os toltecas, em torno da Península de Yucatán e das atuais terras do sul do México.
Somente na virada do milênio seria registrado o primeiro contato europeu com a América, e até meados do século XV, quando surgiu o principal poder dominante econômico, político e militar na América do Norte até a chegada dos espanhóis: os astecas. O seu legado é imenso, embora a sua existência como figura política independente tenha sido curta: por volta de 1520, a "conquista" espanhola evaporou o seu império.
A partir dai, os acontecimentos acontecem rapidamente: por volta de 1600 o Império Espanhol conquistou todo o México e a América Central, entrou no norte da América do Sul e avançou em direção às atuais terras dos Estados Unidos. Nessa altura, algumas bolsas maias ainda resistiam dentro do vice-reinado, mas a colonização era um fenômeno imparável: Inglaterra, França e Países Baixos entraram em jogo nos séculos seguintes.
As guerras que determinam a ordem atual da América do Norte foram emocionantes. Como resultado de todos elas, e da preeminência anglo-saxônica em grande parte do continente, os Estados Unidos emergiram em 1778, e o resto das nações norte-americanas a partir de 1800, em meio à decomposição de um moribundo Império Espanhol. O Império Mexicano herdou grande parte de suas terras, ocupando parte da Califórnia, Arizona ou Texas.
Os séculos XIX e XX certificam o mapa atual da América do Norte, com pequenos e singulares episódios de nações que já não existem como o Texas, Vermont, a República Federal da América Central ou os Estados Confederados.
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