Um título mais sugestivo e menos sarcástico para este artigo seria "Como a humanidade descobriu que a dinamite não serve para retirar uma baleia encalhada na praia", mas decidimos correr o risco de alguém não ler o artigo e prontamente dizer que "é fakenews!" Aconteceu faz exatos 50 anos, tanto, que, depois de um tempo, as pessoas se esqueceram da história e acreditaram que se tratava de uma lenda urbana. No entanto, realmente ocorreu. Em 1970 não sabiam como tirar uma enorme baleia morta encalhada na costa de Oregon. A solução? Dinamite, lógico. |
Ainda que o incidente aconteceu há muito tempo, a história nunca chegou a desaparecer por completo. Transformou-se em uma lenda urbana para depois tornar-se muito real com a chegada da Internet em meados dos anos 90. De fato, o fascínio pelo ocorrido intensificou-se quando um clipe de vídeo da rede de notícias que cobriu a notícia se tornou viral. Efetivamente, alguém teve a ideia de jerico de ordenar a explosão de uma descomunal baleia.
Em novembro de 1970, uma baleia morta de 13 metros e oito toneladas ficou encalhada em uma praia ao sul de Florence, Oregon. No início foi uma curiosidade para os residentes locais e visitantes da praia, no entanto, com a passagem do tempo transformou-se em algo sumamente desagradável para os locais: a baleia desprendia um cheiro nauseabundo e cada dia era pior que o anterior.
Foi quando as autoridades decidiram agir para tentar limpar a praia. Como? Depois de uma consulta à Marinha chegaram a um consenso inaudito: um plano para destruir a gordura do animal em mil pedaços usando meia tonelada de dinamite. O pouco que restaria seria alimento para as gaivotas.
O trabalho foi encomendado ao engenheiro George Thornton. Sua equipe chegou à conclusão de que o fariam como se tratasse de uma grande rocha, isto é, precisariam de umas 20 caixas de dinamite. A carga foi enterrada a um lado da baleia com a intenção de voar seus restos para o Oceano Pacífico. Em muito pouco tempo todo mundo ficou sabendo do "evento", e até o jornalista Paul Linnman, da rede Katu, foi escalado para cobri-lo. A engenhosa narração de Paul, mais tarde, acabou sendo o motivo de forte suspeita pelos espectadores de que tudo se tratava de uma pegadinha.
Quando Paul chegou no local, entrevistou George na praia, fez uma gravação de frente à câmera junto à baleia em decomposição, e ficou com dezenas de espectadores a uma distância "prudencial" esperando a explosão.
Como podemos apreciar no vídeo, os gritos de entusiasmo e vibração do princípio, logo depois da explosão, se transformam em gritos de alarme e desgosto. Não dá para ver muito bem a sequência, mas, literalmente, começou a chover pedaços enormes de baleia em decomposição do céu.
E como esta semana cumpletou o 50° aniversário dos fatos, os proprietários das imagens originais do filme a restauraram em 4K, que vemos acima, e o MDig usou sua IA para aprimorar e colorizar alguns fotogramas.
Muitos dos carros, incluindo o do próprio Paul, ficaram destroçados pelo impacto dos restos. Felizmente, nenhum espectador ficou ferido, mas algumas acabaram tomando banho de baleia podre. Como o próprio Paul concluiu naquele dia enquanto observava o monstruoso cenário:
- "Podemos concluir que no caso de uma nova baleia morta ficar encalhada na praia novamente, as autoridades não só recordarão o que fazer, senão que certamente recordarão o que não devem fazer."
Ele tinha razão, quando em 1979 chegaram à mesma praia um baleal de 41 exemplares mortos, as autoridades queimaram e enterraram-nas.
Fonte: Npr.
Este artigo foi publicado originalmente em 21/1/2017, às 19:48, mas devido a celebração de 50 anos do evento com o novo vídeo e novas fotografias, ele foi atualizado hoje.
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Comentários
É tão incrivel e assustador rever esses post´s, ver como o tempo passa, acompanho o site desde de 2009!
Incrivel!
tempo passo amigos!