A história do golfinho fogoso que tentava ter relação com banhistas é mais triste do que parece

Faz alguns dias e a imprensa de meio mundo falou de Zafar, o golfinho que se tornou muito carinhoso com os banhistas de uma praia na Bretanha francesa, tanto, que tiveram que fechar o acesso à praia. No entanto, por trás do relato deste aparente mamífero marinho cheio de amor para dar, há bem mais. Zafar nunca foi agressivo. De fato, nem é agora, mas seu comportamento sexual buscando contato faz com que, segundo os especialistas, possa repercutir em uma cena onde algum banhista saia ferido.

O interesse do golfinho nos humanos parece estar impulsionado pela necessidade de uma companhia de natureza íntima, razão pela qual Zafar foi visto acariciando" nadadores e botes. Em outros casos, o golfinho inclusive impediu que uma mulher voltasse à praia (mais tarde foi resgatada em um barco) ou tirou outra garota da água com o nariz enfiado no seu traseiro, segundo a imprensa local.

Por tudo isso, e depois de falar com vários experientes, o prefeito de Landevennec, Roger Lars, proibiu que banhistas nadem ou mergulhem próximo a costa do povo cada vez que Zafar é visto na área.

A verdadeiro é que este tipo de travessuras "agressivas" não são incomuns para um golfinho na situação de Zafar. Tal e qual explicou Elizabeth Hawkins, pesquisadora principal de Dolphin Research Austrália, ao Washington Post:

- "Zafar é o que chamamos um golfinho solitário sociável, o que significa que por alguma razão foi isolado de outros delfins e agora é um pária social." Ou seja, o que Zafar procura é o afeto, almeja o contato social de um par e essa necessidade não é realizada. - "Assim ele tenta provar diferentes comportamentos para os humanos para conseguir essa satisfação social, e é aí que podem surgir comportamentos estranhos."

Tendo em conta como são os golfinhos, explica Hawkins, os animais buscam formar e reforçar vínculos, com frequência utilizando o comportamento sexual. Os golfinhos machos solitários e isolados de sua sociedade, se esfregam sobre objetos ou pessoas como uma tentativa de satisfazer essa necessidade biológica, com o que parece ser algum tipo de satisfação sexual.

Para Elisabeth, a decisão do prefeito não podia ser mais acertada:

- "Um golfinho adulto fazendo este tipo de comportamento pode ser muito, muito insistente. Em realidade, pode aumentar o dano aos próprios nadadores, e o golfinho macho não pretende infligir dano aos nadadores, mas são vários centenas de quilos de um animal bastante forte que tenta satisfazer uma necessidade."

Não só isso. Como os especialistas recordam, a proibição também serve para proteger Zafar de um infeliz destino comum aos golfinhos solitários: a morte prematura na mão de humanos. Como está acostumado ao simples contato humano, seus instintos naturais diminuíram e não está alerta a possíveis ameaças, deixando os vulneráveis a choques de barcos ou abusos de pessoas.

O melhor que pode ser feito com ele neste momento, segundo Elisabeth, é não interagir com ele e esperar que possa retomar o comportamento natural novamente. Ou isso ou pagar um boa pagar um massagem com final feliz ao pobre animal.

Fonte: SciAl.

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