Quando falamos em gado leiteiro, sempre pensamos em bovinos, caprinos e ovinos, deixando de lado os bufalinos que são a segunda fonte de leite no mundo, mas dificilmente alguém diria que o leite de camelo hoje já ocupa o quinto posto. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) a produção de leite de camelo alcançou 3,95 milhões de toneladas em 2021. Antes da concepção e propagação do Islã, muitos árabes eram pastores que viviam do leite de seus camelos e da produção de oásis no deserto através da ordenha manual. |
Hoje, tribos nômades do deserto muitas vezes utilizam a ordenha mecânica do leite de camelo, que pode ser prontamente transformado em iogurte, como alimento básico, e podem viver por até um mês com nada além de leite de camelo.
Até recentemente, o leite de camelo era produzido exclusivamente por ordenha manual em sistemas agrícolas tradicionais, nômades extensivos ou semi-intensivos, e essa produção não conseguia manter constante a quantidade e a qualidade do leite cru para os mercados urbanos. Além disso, a maior parte da produção era consumida localmente, sem qualquer controle de qualidade ou processamento posterior e, portanto, o leite de camelo ainda não estava amplamente integrado aos mercados nacional e internacional.
Além disso, os camelos eram considerados principalmente como animais de carga ou de corrida por muitas pessoas, incluindo o público em geral, cientistas, agências de financiamento e formuladores de políticas. Como resultado, quase nenhum esforço foi feito para intensificar a produção de leite e melhorar as características de produção em dromedários. Mas isso está mudando de forma diametral.
É provável que esta situação realmente mude e a intensificação da criação de camelos ocorra nas próximas décadas por várias razões. Além do crescimento da população mundial e do aumento da demanda por produtos de origem animal em geral, a conscientização pública sobre o leite e a carne de camelo também está aumentando.
Ao mesmo tempo, as práticas agrícolas serão afetadas pela diminuição dos recursos hídricos e pela desertificação da terra como resultado das mudanças climáticas, permitindo que espécies de gado bem adaptadas a ambientes áridos ganhem mais espaço.
Os primeiros passos de intensificação da indústria leiteira de camelos começaram há 15 a 20 anos. A ordenha mecânica foi introduzida em vários países tradicionais de criação de camelos, como Tunísia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Fazendas de pequena escala na Austrália, Europa e Estados Unidos também começaram a usar máquinas de ordenha para dromedários.
Tanto a produção de leite quanto a composição nutricional do leite de camelo são afetados por muitos fatores, incluindo quantidade e qualidade de forragem, frequência de irrigação, clima, idade reprodutiva, paridade, frequência de ordenha, amamentação do bezerro, método de ordenha (manual ou ordenha mecânica), saúde, e estado reprodutivo.
Camelos paquistaneses e afegãos supostamente produzem os maiores rendimentos de leite, até 30 litros por dia. O camelo bactriano produz 5 litros por dia e o dromedário produz em média 20 litros por dia. Os camelos, com sua capacidade de passar 21 dias sem beber água e produzir leite mesmo alimentando-se de forragens de baixa qualidade, são uma opção sustentável para a segurança alimentar em ambientes difíceis./p>
A Fazenda Árabe Cameliciou, para a ordenha de leite de camelo em larga escala do mundo, com instalações de processamento e distribuição também foi estabelecida em Dubai. Esta criação intensiva criou animais que podem produzir até 40 litros por dia em condições ideais.
De acordo com a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, o leite de camelo contém 3% de gordura. No entanto, é relatado na literatura que a proporção de gordura no leite varia de país para país e região para região, e também depende da dieta, nível de hidratação do animal e tipo de camelo.
O leite de camelo pode ser prontamente transformado em iogurte, mas infelizmente só pode ser transformado em manteiga se for azedado primeiro e batido, o que faz com que, provavelmente, a manteiga seja meio rançosa, se seguirmos o mesmo raciocínio de fazer manteiga com leite de vaca dessa forma. O queijo do leite de camelo também é mais difícil de fazer do que o queijo do leite de outros animais leiteiros.
Em comunidades de criadores de camelos, os queijos de leite de camelo usam fermentação espontânea para obter uma coalhada, pois o leite de camelo não é suscetível a coalhar quando acrescido de quimosina tanto sintética, quanto a enzima proteolítica produzida no abomaso de bezerros lactentes.
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