População ucraniana apedreja comboio com evacuados da China pelo coronavírus

As autoridades da Ucrânia tiveram que recorrer a um grande aparato policial para assegurar que pudesse aterrissar um avião proveniente da China, com mais de 70 passageiros destinados a quarentena para descartar um possível contágio com o coronavírus. Posteriormente estas pessoas precisaram de proteção da Polícia para que fossem transladadas ao lugar designado para mantê-las isoladas durante várias semanas, na província de Poltava,. Uma multidão começou a lançar pedras contra a coluna de ônibus que transportava os recém-chegados.

Todo o grupo foi evacuado ontem da cidade de Wuhan, afetada pela mortífera epidemia. O voo fez uma escala no Cazaquistão, segundo reportagem do Russian Today, para entregar um cidadão a suas respectivas autoridades sanitárias e depois continuou para Kiev e em seguida para Jarkov, a maior cidade do leste de Ucrânia, onde aguardavam médicos, 5 ônibus e também uma multidão que protestava contra o alojamento dos ocupantes em um recinto sanitário local.

Nas horas prévias à decolagem, as autoridades chinesas proibiram cinco pessoas de subir à aeronave por causa da temperatura corporal elevada. Finalmente chegaram a Jarkov 45 ucranianos (em sua maioria jovens estudantes) e 27 estrangeiros, incluídos alguns originários de países latino-americanos que aceitaram se submeter à quarentena em território ucraniano.

O ponto de destino para este grupo era uma casa de repouso situada na vizinha província de Poltava e os protestantes tentaram barrar o acesso queimando pneus. Durante o trajeto ocorreram também vários confrontos dos moradores com a Polícia, que também teve que retirar alguns veículos abandonados no meio da rua.

Em certo ponto do caminho montaram uma barricada que posteriormente foi incendiada. Vários grupos de civis indignados lançaram pedras contra o comboio de ônibus na sua passagem.

O Ministério do Interior achou indícios de uma provocação política no protesto ao ver a participação de pessoas que não são residentes locais. A Polícia iniciou cinco causas penais pelos distúrbios produzidos, enquanto 24 pessoas foram presas. 9 policiais e um civil tiveram que ser transladados ao hospital pelos ferimentos.

"As tentativas de fechar o trânsito, bloquear o hospital, não deixar que cidadãos ucranianos entrem na Ucrânia, tudo isso mostra um lado de nosso caráter que não é o melhor", avaliou o presidente Vladímir Zelenski.

Por sua vez, o premiê Alexei Goncharuk, viajou com urgência ao município que deveria acolher os evacuados e declarou que um quartel do Governo vai operar diretamente no local.

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