Adentrar-se ao "novo normal" dá um pouco de medo. Em princípio porque oficializa a ideia de que já nada voltará a ser como antes; que a vida, daqui para frente, será muito diferente à que pausamos dois meses atrás. A expressão, em si mesma, encerra uma falácia. Que pode ter de normal vivermos cercados por práticas e restrições tão alheias a nossa própria natureza? Como nos acostumar a não poder se aproximar dos demais? Não poder tocar, nem beijar, nem abraçar quem gostamos, como premissa sustentada no tempo resulta insuportável, supõe reprimir nossos impulsos mais naturais, uma de nossas mais básicas necessidades. |
O corpo do outro percebido como risco, como ameaça. O outro como vetor, como transmissor de um patogênico, como hiper propagador do vírus, a doença e a morte. Disso se trata o distanciamento social, seja ou não obrigatório.
Quem não sentiu nestes dias um estranho desassossego obrigado a esquivar um beijo, renegar um abraço, a ceder passagem em um elevador para não respirar junto a outra pessoa?
Quem não se deu conta de que, quem sabe por quanto tempo, não disporemos nem sequer de uma sutil carícia de um sorriso, da delicada cumplicidade de um "beicinho" para sobreviver a esta intempérie?
À medida que nos submergimos na sufocante aceitação desta realidade vamos incorporando lógicas tão extravagantes quanto irritantes. Máscaras, lavagens de mãos e o cheiro nauseabundo de álcool pressagiam a entrada de um tempo dominado pela fadiga de manter uma ameaça invisível à distância.
Que pode ter de novo a aplicação de políticas, desta vez sanitárias, que fecham fronteiras, limitam liberdades individuais, desconhecem direitos muito pessoais e naturalizam com as melhores intenções formas de discriminação sem precedentes?
Qual é a novidade que implica uma abertura segmentada, guiada por protocolos e tutoriais que irão nos permitindo, na melhor das hipóteses, voltar a trabalhar, a produzir, a sustentar alguns vínculos limitados?
- "Isso será respondido a médio e longo prazo", disse o ex ministro Nelson Teich recentemente. Apesar de estarmos em um século hiper tecnológico, temos um nível notável de incertezas, muito do que é dito hoje não é válido no dia seguinte.
Com efeito, a Organização Mundial de Saúde, que recebe milhões de dólares exclusivamente para lidar com momentos como esse, parece um cão correndo atrás do rabo, enquanto seu diretor Tedros Adhanom Ghebreyesus atua como boneco no colo do ventríloquo Xi Jinping.
Cada decisão do organismo carrega implícita a possibilidade de voltar atrás. Não há certeza alguma. Pega máscara, bota máscara, tira máscara!
- "O vírus não é transmissível entre humanos!", disse o órgão na alvorada da pandemia, ajudando ainda mais a propagar a praga pelo mundo todo.
Não há Big Data que alcance para garantir um rumo. Se algo caracteriza este momento é que a experiência do passado não serve para pensar o futuro. Nem sequer a do passado mais recente.
Enquanto muitos acham que é o momento da retomada econômica ou que os confinamentos nem deveriam ter acontecido, os conceitos epidemiológicos não parecem enquadrar nas lógicas da vida social-econômica. A implementação deste conceito de isolamento tem o benefício único (e válido) de postergar e evitar o colapso das áreas emergenciais de saúde e, se dermos sorte, permitir a remissão do novo coronavírus enquanto avança e perde força, mas ao mesmo tempo provavelmente está aumentando o trabalho dos psiquiatras e psicanalistas.
Mas do que se trata realmente o "novo normal"? É um termo confuso para a população, fazendo acreditar que a epidemia chegou ao fim quando a realidade está nos mostrando que nem estamos no meio da maldita curva, o pico máximo esperado da covid-19 ainda não chegou para os brasileiros e o declínio, como visto em muitas epidemias, pode ser mais lento.
Entretanto, segundo um infográfico feito pelo pessoal da Betway Cassino Online, site de roleta, o "novo normal" não é muito diferente do "velho normal" excetuando as várias estratégias de distanciamento social, máscaras faciais, desinfetantes de mãos, cancelamento de planos e poderes emergenciais das autoridades. No entanto, essa nova normalidade também nos permite mergulhar em um mundo melhor ao:
- - priorizar o descanso e permitir ao corpo e mente acalmar-se sem os problemas de fatores externos;
- - desfrutar de uma sólida e saudável nutrição já que as visitas à cozinha são provavelmente frequentes nestes dias;
- - sair ao ar livre e mover seu corpo e aproveitar a maior fonte de vitamina D (o corona detesta);
- - abraçar sua família, mantendo em casa uma atmosfera cálida, afetiva, de amor e apoio, com muitos abraços (abraços são uma forma efetiva de evitar brigas);
- - revisar sua vida, observando objetivamente o que funciona e o que não. Como funciona trabalhar em casa? O que seus filhos estão aprendendo?
- - ser mais compreensivo porque as pessoas lidam com a crise de forma diferente. O medo, a depressão, a ansiedade, o estresse são emoções que tendem a mostrar o pior de cada um. De modo que diminua suas expectativas dos demais e alongue a corda para seus seres queridos. Não leve as coisas muito pessoalmente e quando se sentir ofendido, olhe em seu interior e veja se pode aprender algo sobre si mesmo;
- - discernir a verdade e evitar dar crédito e propagar as notícias falsas. O mundo está atravessando uma experiência sem igual e não é esse o momento de crer em pseudociência. Ainda que sua capacidade de pensar claramente pode ser comprometida em um estado de alta emoção junto a uma variedade de fontes de informação críticas, faça o que tenha que fazer para se acalmar e digerir a informação objetivamente. Pense por você mesmo e lembre o que cantava Raul: "Mentir sozinho eu sou capaz!"
E, por suposto, lavar bem as mãos com água e sabão.
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