A carpa-cabeçuda pode alcançar até 1,5 metros de comprimento e pesar até 50 kg. Elas se alimentam ferozmente de quantidades ingentes de vegetação e plâncton. E foi exatamente por isso que elas, junto as carpas-prateadas foram introduzidas no Arkansas na década de 70 como uma forma de limpeza de algas e tratamento de esgoto.
Claro que o tiro saiu pela culatra, elas escaparam e estabeleceram seu próprio habitat ao longo dos rios Mississipi e Illinois, reproduzindo-se como um loucas com fêmeas botando até um milhão de ovos por ano e dizimando os peixes nativos.
A carpa-preta se alimenta de mexilhões e caracóis nativos, alguns dos quais já podem estar em perigo. A carpa-capim pode alterar as teias alimentares de um novo ambiente, alterando as comunidades de plantas, invertebrados e peixes.
A carpa prateada tornou-se bastante conhecida por ser facilmente assustada por barcos e jet-skis, o que as faz saltar alto. Os peixes podem saltar até 2,5–3 m para fora da água, e vários velejadores e barqueiros acabaram feridos por colisões com estes peixes.
A carpa é um alimento popular na Ásia há milhares de anos, especialmente na China, onde são peixes realmente muito importantes por compor a maior parte da aquicultura. No país asiático a carpa é como se fosse a carne bovina e até salsichas fazem com ela. Mas, praticamente no resto do mundo, sua carne não é muito bem vinda por causa de seu gosto característico de barro amargo. A única, mais ou menos comestível, é a capim criada em arrozais.
Existem campanhas para aumentar o consumo da carpa nos Estados Unidos e Canadá. Para tornar o peixe mais atraente para os consumidores e pescadores, ele foi renomeado para "atum prateado" ou "atum do Kentucky", mas não convenceu ninguém porque o peixe é verdadeiramente intragável.
Só para que se tenha uma ideia, de 2010 a janeiro de 2020, os pescadores contratados de Illinois para limpar os rios da praga colheram quase 4.000 toneladas de carpa. Praticamente a totalidade da carga foi usada para fazer iscas, fertilizantes e rações para animais de estimação.
Para tentar conter o avanço dos peixes, colocaram cercas elétricas subaquáticas para que não invadam áreas ainda livre delas. Há também barcos com eletro-choque e com dispositivos sonoros ou o som do próprio motor que os espantam. A resposta dos peixes a ruídos altos varia de nada a morte.
A conexão óbvia é como a carpa pula da água quando um barco passa. O foco atual é encontrar sons que afetem as carpas asiáticas e não os peixes nativos. Na verdade, um estudo descobriu que o ruído do motor de um barco impactou a carpa asiática e teve pouco ou nenhum impacto na população de peixes nativos.
Outros esforços para reduzir o número de carpas asiáticas é introduzir o peixe-jacaré entre o Tennessee e o Illinois. Embora ele não possa comer carpas adultas, é feroz se alimentando de ovos e carpas juvenis. O que pode dar errado?
Ironicamente, os chineses querem aumentar o número de carpas ao invés de reduzi-las, mas lá elas são espécies nativas e devem competir com outras variedades à altura. Tanto que as autoridades chinesas proibiram a maior parte de sua pesca comercial nos rios para tentar proteger esses peixes.
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