Equivocadamente também chamadas de baleias, as pilotos são da mesma família dos delfins, a mesma das orcas. Elas são um grupo notável dos segundos maiores golfinhos oceânicos depois das orcas, pertencentes ao gênero Globicephala que divide seu estágio no mar entre duas espécies: melas, também conhecidas como pilotos-de-nadadeiras-longas e macrorhynchus, também conhecidas como pilotos-de nadadeiras-curtas, que podem alcançar até 8,5 metros de comprimento. |
Enquanto deslizam pelas ondas, essas duas espécies consideradas as maiores encrenqueiras do mar exibem uma semelhança física impressionante, o que faz com que diferenciá-las se torne um quebra-cabeça. aquático. Assim os cientistas passaram a examinar seus crânios para identificar suas espécies.
No entanto, seus habitats contam uma história diferente, enquanto se espalham por todo o mundo, as pilotos-de-nadadeiras-longas encontram conforto em águas mais frias, enquanto suas contrapartes de nadadeiras-curtas abrangem as extensões tropicais e subtropicais.
Também chamadas de globicéfalo, caldeirão e golfinho-piloto, essas criaturas possuem de 7 a 9 dentes compactos e fortes em cada mandíbula. Ambas as espécies exibem acentuado dimorfismo sexual exibindo um grande contraste em tamanho e peso, as baleias-piloto de nadadeiras longas
Filipa Samarra conseguiu ouvir as baleias-piloto antes de poder vê-las. Em 2015, nas águas agitadas do sul da Islândia, Samarra e a sua equipa de pesquisa estavam à escuta de um grupo de orcas. Ela ouviu enquanto elas estalavam, guinchavam quando de repente suas vocalizações se encheram de assobios agudos.
- "Depois, as orcas simplesmente ficaram em silêncio", disse Filipa, bióloga e investigadora principal do Projeto Orca da Islândia. À medida que o assobio ficava mais forte, um grupo de pilotos apareceu e as orcas pareceram passar sebo nas caudas.
- "É bastante incomum porque a orca ainda continua sendo o principal predador", disse Anna Selbmann, doutoranda na Universidade da Islândia. - "É muito incomum que elas tenham medo de alguma coisa, ou aparentemente tenham medo."
As interações entre orcas e caldeirões só foram documentadas cientificamente algumas vezes, e Filipa está entre os primeiros cientistas a observar este comportamento na Islândia. Desde o encontro de 2015, ela viu encontros semelhantes cerca de 20 vezes.
Ela disse que na maioria das interações documentadas, as orcas parecem evitar as pilotos. Ocasionalmente, as coisas esquentam e os caldeirões perseguem as orcas em alta velocidade, com ambas as espécies saindo da água.
E essas criaturas enigmáticas aperfeiçoaram uma técnica de caça excêntrica durante sua perseguição, mergulhando rapidamente com um movimento semelhante ao de um torpedo, acelerando até 35 km/h e mantendo
esse ritmo alucinante por até 200 metros. Ainda que sejam rápidas, as orcas não são páreo e acabam levando boas dentadas nas aletas caudal e dorsal.
Esses golfinhos oceânicos no topo da cadeia de predadores do azul profundo têm um estilo de vida bastante nômade. Os caldeirões estão constantemente em movimento em busca de sua próxima refeição e se alimentam principalmente de lulas, mas não são esnobes com comida. Comem bacalhau, cavala, arenque, pescada, cação e até polvos quando estão com vontade. Elas também gostam de dar bocadas em outros mamíferos marinhos, como cachalotes.
- "Uma das grandes questões que temos é compreender a variabilidade", disse Filipa. - "Nós realmente não entendemos quais são os fatores contextuais que fazem com que suas respostas às vezes sejam diferentes."
Pesquisas anteriores oferece uma explicação possível para o que as pesquisadoras estavam vendo. Primeiro, as orcas e as pilotos estavam competindo por presas. Para Anna, isto é possível, mas improvável, porque estas orcas comem principalmente arenque, enquanto se pensa que as pilotos comem principalmente lulas. Então não faz sentido.
Mas Anna diz que as pilotos talvez não soubessem que as orcas não eram uma ameaça. Em outras partes do mundo, as orcas se alimentam de baleias menores, como minkes, belugas e narvais, e são até conhecidas por perseguir baleias de barbatanas maiores. Talvez as pilotos as considerem uma ameaça e respondam de acordo.
A interação entre essas duas espécies é mais profunda e complexa do que aparenta. Em 2023, pesquisadores viram uma orca adulta guiando um golfinho-piloto recém-nascido como se fosse a sua mãe, deixando os cientistas perplexos. Esta mesma orca foi testemunhada um ano mais tarde nadando no meio de um grupo de caldeirões.
A verdade é que, às vezes, as pilotos atacam as orcas de surpresa por trás, reforçando a noção de que estão constantemente vigilantes e prontas para
se defenderem, mesmo quando não há nenhuma ameaça aparente à vista.
No entanto, o que realmente deixa a gente coçando a cabeça é que caldeirões-de-barbatanas-longas na costa sul da Austrália foram flagrados imitando as vocalizações das orcas enquanto procuravam por comida. Acredita-se que esse comportamento peculiar sirva como um impedimento, evitando que os grupos de orcas cheguem muito perto do território das pilotos.
Steve Ferguson, ecologista de mamíferos marinhos da Universidade de Manitoba, no Canadá, que não participou do estudo, diz que os avistamentos são invulgares porque em muitos outros locais as orcas são um predador de topo e outros cetáceos menores tendem a evitá-las. No entanto, há alguns relatos de espécies de presas menores atacando orcas.
Os pesquisadores estão começando a prestar mais atenção às interações invulgares entre diferentes espécies de cetáceos, observando quais são capazes de se defenderem contra ataques e quais se tornam agressivos. Os cientistas já notaram outros casos estranhos: como a forma como as jubartes defendem outras baleias contra ataques de orcas.
Para obter informações sobre o que poderia estar impulsionando estas interações, Anna e Filipa estão realizando experimentos de reprodução acústica. Pesquisas anteriores realizadas na Noruega mostraram que quando os cientistas tocavam o som das orcas para as baleias-piloto, estas nadavam diretamente em direção aos sons e atacavam o barco dos pesquisadores.
Na verdade, os humanos tendem a ser os únicos predadores das pilotos. Todos os anos, os habitantes das Ilhas Faroé, realizam um tipo de caça covarde dirigida que envolve pastorear e massacrar várias espécies de pilotos e golfinhos em baías rasas. A cada ano, uma média de cerca de 700 pilotos-de-barbatanas-longas e várias centenas de golfinhos-de-faces-brancas do Atlântico são capturados durante a temporada de caça durante o verão.
Os caldeirões demonstram interesse mínimo em seres humanos, muitas vezes mantendo uma distância providencial quando confrontados por nossa espécie. No entanto, esse comportamento pode não ser verdadeiro em todos os casos.
Em 17 de maio de 1992, Lisa Costello e seu amigo, um cinegrafista, tropeçaram em um grupo de pilotos na costa do Havaí enquanto filmavam essas criaturas aparentemente não ameaçadoras. Do nada, um caldeirão mordeu sua perna e agarrou-a pelo tornozelo, puxando-a para baixo. O animal devolveu à superfície e notavelmente ela sofreu apenas ferimentos leves.
Especialistas especulam que o golfinho-piloto em particular que encontrou Lisa talvez estivesse tentando se envolver em um comportamento lúdico em vez de ser intencionalmente agressivo. Ambas as espécies de baleias-piloto são animais altamente sociais, normalmente vivendo em grupos que variam em tamanho, variando de apenas alguns indivíduos a grupos de mais de mil.
Os caldeirões também são conhecidos por um comportamento que desperta a perplexidade e o assombro de pesquisadores por anos. Frequentemente eles se envolvem em encalhes em massa, que se acredita ser o resultado de seus laços sociais estreitos, embora a causa exata desse comportamento permaneça um mistério.
Várias teorias foram propostas que sugerem que as pilotos podem ficar desorientadas por flutuações no campo magnético da Terra, especialmente se dependerem fortemente de sinais magnéticos para navegação. Outra possibilidade é que elas possam estar seguindo um membro doente de seu grupo que ficou preso e desorientado. Ainda mais estranho é que ocasionalmente, grupos de caldeirões podem retornar repetidamente ao local onde anteriormente experimentaram um evento de encalhe em massa devido ao seu apego emocional a um membro crucial que morreu ali.
A verdade é que, para nós humanos, é melhor que os caldeirões continuem a dar boas dentadas nas orcas para lembrá-las que não são tão fódonas, pois o dia que as Orcinus descobrirem que temos um fígado com mais de 1,5 kg estamos totalmente lascados.
- "Tem gosto de tubalão-blanco", se deliciará a orca.
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